Quando se fala em segurança do trabalho, é comum associar a análise de risco a matrizes com probabilidades e severidades. Embora úteis, esses instrumentos não traduzem, sozinhos, a complexidade das atividades críticas. Há, também, uma tendência crescente de tratar essa ferramenta como uma ciência exata, onde números e classificações determinam, de forma absoluta, a viabilidade de uma atividade.
Embora útil a matriz de risco possui limitações importantes: subjetividade na estimativa de probabilidade, fatores como experiência do operador, condições ambientais e manutenção dos equipamentos influenciam diretamente a avaliação. Além disso, o contexto operacional variável e a influência da cultura organizacional podem distorcer a percepção real do risco. Portanto, a análise de risco deve ser vista como uma ciência aplicada, que combina método com julgamento técnico, e não como uma fórmula matemática infalível.
Este artigo propõe uma reflexão técnica sobre os limites da quantificação na análise de riscos, defendendo que decisões críticas exigem julgamento profissional, experiência e prudência, especialmente em situações onde a severidade dos possíveis danos supera qualquer estimativa de probabilidade.
Contexto do Caso
Durante uma auditoria em operação de descarregamento de big bags de açúcar, foram observadas práticas que expunham trabalhadores e equipamentos a riscos significativos:
• Elevação do garfo da empilhadeira até o limite máximo (4,7 m) para transpor as grades laterais da carreta.
• Movimentação de carga suspensa sem acessórios adequados, como ganchos com trava ou barras de sustentação.
• Grades laterais erguidas, obrigando a trabalhar no limite de altura do mastro.
• Avarias em cintas e acessórios sem comunicação ao SESMT, mantendo itens inseguros em uso.
Embora as cargas aparentassem estar dentro da capacidade nominal indicada na placa do equipamento, a operação apresentava riscos críticos: tombamento da empilhadeira, ruptura de alças e queda de carga sobre trabalhadores.
A placa da empilhadeira auditada indicava:
• Capacidade nominal: 2.500 kg, com centro de carga a 500 mm.
• Altura máxima de elevação: 4.700 mm.
O próprio fabricante alerta que a capacidade varia conforme altura e centro de carga, reduzindo-se progressivamente. Pelo critério estático de momento, um peso pode parecer aceitável, mas isso não garante estabilidade quando o equipamento está na altura máxima.
Além disso, fatores adicionais elevam o risco:
• Menor rigidez e estabilidade do mastro no seu limite.
• Piso irregular ou deslocamentos com carga suspensa, que introduzem esforços dinâmicos.
• Ausência de dispositivos de içamento adequados, concentrando esforços nas alças dos bags.
Em síntese: capacidade nominal não significa ausência de risco. Normas (NR-11, NR-12) e manuais de fabricantes recomendam evitar deslocamentos com garfo erguido ao máximo, restringindo essa condição apenas à elevação vertical para posicionar a carga.
Por que a análise de risco vai além da matemática
O caso acima mostra que a decisão sobre executar ou não uma tarefa não pode se apoiar apenas em um valor numérico na matriz de risco. A avaliação quantitativa poderia classificar o cenário como “alto risco” e encerrar a discussão. Porém, a abordagem preventiva exige investigar o processo como um todo:
• Por que o operador precisa trabalhar em altura máxima?
• Há alternativas de layout ou acessórios?
• Os trabalhadores conhecem os limites de estabilidade do equipamento?
• Existe um procedimento formal que estabeleça as condições seguras?
Pontos essenciais para uma análise eficaz
• Observar a operação real, e não apenas o procedimento escrito.
• Questionar o motivo de cada etapa: por que elevar tanto o mastro? Há alternativas de layout ou de acessórios?
• Confrontar as práticas com recomendações de fabricantes e requisitos legais (NR-11, NR-12).
• Avaliar condições de piso, espaço e ergonomia.
• Envolver operadores na discussão, pois percebem restrições que muitas vezes passam despercebidas.
Medidas preventivas recomendadas
• Adequação do layout: rebaixar as grades laterais dos caminhões antes do descarregamento.
• Uso de acessórios específicos para içamento, como ganchos com trava.
• Definição de altura máxima de elevação compatível com o estudo de estabilidade da empilhadeira.
• Capacitação periódica dos operadores, incluindo inspeção de cintas e resposta a emergências.
• Procedimento Operacional Padrão (POP) documentando cada etapa da tarefa.
Conclusão
A análise de risco é, antes de tudo, uma ferramenta de raciocínio crítico. Mais do que números em uma planilha, ela requer conhecimento técnico, observação do trabalho real e diálogo com quem executa as atividades.
Somente assim é possível reduzir vulnerabilidades, preservar vidas, proteger o patrimônio e manter a operação segura — mesmo quando as tarefas parecem, à primeira vista, estar dentro dos “limites nominais” dos equipamentos.
A análise de risco exige mais do que uma planilha, exige conhecimento especializado e olhar técnico para o trabalho real. Se a segurança da sua operação crítica não pode depender apenas de limites nominais, você precisa de uma avaliação que combine o rigor da norma com a experiência de campo.
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Motociclistas receberão adicional de periculosidade a partir de 2026
Dados da ONG Ação da Cidadania, divulgados em reportagem do jornal O Globo, revelam que 41,3% dos entregadores de alimentos por aplicativos já sofreram algum acidente durante o trabalho. O estudo, que ouviu 1,7 mil profissionais nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, mostra ainda que mais da metade (56,7%) trabalha todos os dias da semana, em jornadas que ultrapassam 10 horas diárias, sem qualquer direito a folga. A renda familiar varia entre 2 e 5 salários-mínimos, o que revela a dependência dessas atividades como única forma de sustento. Essa realidade não se restringe às metrópoles. Os dados do Atlas da Violência 2025 mostram que, em 2023, houve 34,9 mil acidentes com mortes no trânsito — um aumento em relação aos 33,9 mil registrados em 2022. As motocicletas estiveram envolvidas em 13,5 mil dessas mortes, número que corresponde a 38,6% do total de acidentes fatais nas vias brasileiras. A maioria das vítimas é composta por homens jovens e de baixa renda, perfil que coincide com o dos entregadores por aplicativo. O Ministério do Trabalho e Emprego publicou, na última quarta-feira, no Diário Oficial da União, Portaria que aprova o novo Anexo V da Norma Regulamentadora NR16, voltado às atividades perigosas realizadas com motocicletas. A norma regulamentadora com novo texto no seu Anexo, que entra em vigor em 120 dias, marca a conclusão de um processo de construção normativa tripartite, pela Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP). O Anexo V, que trata das atividades perigosas com uso de motocicletas, foi criado pela Portaria MTE nº 1.565/2014, depois que a Lei nº 12.997/2014 incluiu esse tipo de atividade como perigosa na CLT. Na época, o texto passou por todo o processo de avaliação tripartite previsto nas regras vigentes. Anos depois, porém, a 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região anulou essa portaria, determinando que o processo fosse refeito porque alguns procedimentos não foram cumpridos. Agora, o novo anexo atualiza e reconstrói essa regulamentação, desta vez seguindo todas as etapas legais de forma completa. O novo Anexo V da NR 16 traz regras objetivas para identificar quando o trabalho com motocicleta deve ser considerado perigoso. O documento define critérios técnicos que dão mais segurança jurídica, ampliam a proteção aos trabalhadores e orientam de forma mais clara os empregadores. Para construir a Norma, foram feitas análises técnicas, estudos de impacto, consulta pública e debates entre governo, empregadores e trabalhadores. Esse processo tripartite reforça o caráter democrático das Normas Regulamentadoras e ajuda a garantir que as mudanças atendam às necessidades reais do mundo do trabalho. Com a publicação do novo anexo, as empresas terão de ajustar seus procedimentos, reforçar medidas de prevenção e pagar o adicional de periculosidade sempre que as condições previstas forem identificadas. As regras mais claras também ajudam a diminuir conflitos judiciais, já que estabelecem critérios objetivos para o enquadramento da atividade como perigosa. Portanto, a partir de abril de 2026, estes profissionais passam a perceber o Adicional de Periculosidade de 30% em seus valores mensais. Mesmo que possa ser considerada uma quantia ínfima a ser incorporada aos proventos mensais, o reconhecimento já pode ser atribuído como um avanço gradativo na valorização da categoria.As novas regras da NR-16 exigem atenção imediata das empresas que utilizam motociclistas em suas operações. Antecipe-se às mudanças, reduza riscos trabalhistas e garanta total conformidade legal com o apoio de quem é referência em gestão de riscos e SST.GAUTICA – Tecnologia para análises de risco, inspeções e gestão de SST com mais eficiência, segurança jurídica e inteligência de dados.Acesse: gautica.comBrava Consultoria – Especialistas em engenharia de segurança, adequações normativas e estratégias completas para proteger pessoas e negócios.Acesse: bravaeng.comPrepare sua empresa hoje para as exigências de amanhã. Segurança não é custo — é responsabilidade e estratégia.
Prof. Jairo Brasil - Há 5 dias
GAUTICA marca presença no 29º Painéis da Engenharia do SENGE-RS
A Inteligência Artificial está transformando profundamente todas as áreas da Engenharia — da indústria à construção civil, da gestão de projetos à segurança do trabalho. E é nesse cenário de inovação que a GAUTICA tem a honra de anunciar a participação do nosso CEO e fundador, Ederson de Almeida Pedro, no 29º Painel da Engenharia, evento realizado pelo SENGE-RS em celebração ao Dia do Engenheiro. O encontro acontece nesta quinta-feira, 04 de dezembro, a partir das 8h30, no CIEE-RS Porto Alegre, reunindo especialistas de relevância nacional para discutir o tema “Inteligência Artificial na Engenharia: desafios e oportunidades”. A contribuição de Ederson de Almeida Pedro: IA como força motriz da prevenção em SST Ederson participa como painelista no encontro “Do Risco à Prevenção: IA como Aliada da Segurança do Trabalho”. Como empreendedor, professor de programação e especialista em IA aplicada, vem liderando iniciativas que aproximam a inovação tecnológica da segurança operacional, especialmente por meio das soluções desenvolvidas pela GAUTICA. Em sua participação, Ederson irá compartilhar como modelos de IA, automação e sistemas inteligentes estão ajudando engenheiros e técnicos a reduzir falhas humanas, acelerar diagnósticos, aumentar a precisão das análises de risco e fortalecer a cultura de prevenção. A presença do CEO da GAUTICA reforça o compromisso da empresa de contribuir ativamente para a evolução da engenharia brasileira, fomentando discussões que unem prática, tecnologia e impacto social. A transformação digital na Segurança do Trabalho deixou de ser uma tendência e se tornou uma necessidade urgente. Empresas de todos os portes já compreenderam que processos manuais, diagnósticos lentos e dependência exclusiva da interpretação humana podem custar caro — seja em tempo, em produtividade ou em vidas. Nesse contexto, digitalizar não é apenas incorporar novas ferramentas: é construir processos mais seguros, previsíveis e baseados em dados reais. Sistemas inteligentes permitem registrar informações com precisão, identificar riscos invisíveis ao olhar humano e padronizar procedimentos historicamente vulneráveis à subjetividade. Para quem atua na linha de frente da prevenção, compreender essa mudança é essencial para manter a relevância e a eficiência em um mundo que exige decisões rápidas, confiáveis e embasadas. O futuro da SST: humanos e IA atuando lado a lado Mas o futuro da SST vai muito além de digitalizar formulários ou automatizar checklists. Ele passa pela interação natural entre seres humanos e sistemas de IA, em uma cooperação que combina o que cada lado tem de melhor. Estamos entrando em uma era em que engenheiros, técnicos e algoritmos trabalharão lado a lado na análise de riscos, cada um com sua força complementar: a IA observando padrões complexos e prevenindo cenários críticos; o profissional interpretando, contextualizando e tomando decisões éticas. Essa sinergia — e não a substituição — é o ponto central da próxima década. Na prática, isso significa ambientes mais seguros, diagnósticos mais rápidos e uma cultura de prevenção guiada pela inteligência, mas conduzida por pessoas. Essa é a visão de futuro que move a GAUTICA: tecnologia avançando não para substituir a expertise humana, mas para amplificá-la.O Painéis da Engenharia também contará com profissionais reconhecidos por suas contribuições em IA e inovação industrial, como:Luciano Resner, diretor de Engenharia da MarcopoloDiogo Gazola, gerente de Smart Connected Factory – América do Sul, John DeereCristiano Oliveira, CEO da Vertere AIGuilherme Veiga, AI Engineer na BrandBastionIhan Barbosa, especialista em IA para Engenharia e ConstruçãoLucas A. Reginato, sócio da NDT Inspeções e da HyvenSheila Cristina Kehl, pesquisadora em sensores vestíveis aplicados à construção civil A diversidade técnica dos painelistas destaca como a IA está se consolidando em múltiplas frentes da Engenharia — desde o design e produção até a gestão de ativos e a segurança do trabalho.Programação do eventoLocal: CIEE-RS Porto Alegre – Centro Histórico (Rua Cel. Vicente, 183)Data: 04/12/2025Horário de início: 8h30Destaques da programação:9h15: IA na Engenharia — Desafios e Oportunidades10h15: Ética e Regulamentação do Uso da IA11h: Dados e IA na Construção Civil13h30: IA na Gestão de Projetos14h30: Do CAD à IA — A Nova Jornada da Engenharia15h30: Do Risco à Prevenção — IA como Aliada da Segurança do Trabalho (com participação de Ederson de Almeida Pedro)16h30: IA na Prática — Da Fábrica ao Produto As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo Sympla. O evento também receberá doações de alimentos não perecíveis para as instituições parceiras do SENGE-RS. A participação de Ederson nos Painéis da Engenharia reforça o papel da GAUTICA como uma das empresas que colocam a IA no coração da prevenção, ajudando profissionais de SST e engenheiros de todo o país a atuarem com mais precisão, eficiência e segurança. Seguimos transformando desafios em oportunidades — sempre ao lado de quem constrói o futuro da Engenharia no Brasil.
Gabriel Ferreira - Há 2 semanas
Os Guardiões da Segurança
O dia 27 de novembro marca uma das homenagens mais importantes para o mundo do trabalho: o Dia do Engenheiro e do Técnico em Segurança do Trabalho. Profissionais que dedicam suas carreiras a um objetivo nobre, garantir ambientes mais seguros, eficientes e profundamente humanos.Eles são os olhos atentos por trás de cada processo, os planejadores da prevenção e os grandes responsáveis por transformar riscos em oportunidades de melhoria contínua. Em um cenário industrial e corporativo cada vez mais complexo, sua atuação é indispensável.Mas esta data também tem um significado especial para a GAUTICA. Uma jornada construída ao lado dos profissionais de SST Como disse nosso CEO Ederson Almeida:“É uma grande honra trabalhar para vocês. Já são mais de 11 anos desde o primeiro aplicativo que criamos para análises da NR-12 e, de lá pra cá, prosperamos e evoluímos muito nesse segmento.”Nossa história sempre esteve entrelaçada com a rotina desses profissionais. Em 2016, após anos desenvolvendo sistemas sob medida, identificamos na Segurança do Trabalho um espaço pouco explorado pela tecnologia, mas cheio de necessidades urgentes. E foi aí que nossa trajetória mudou:“Decidimos parar de fazer sistemas sob medida e estudamos diversos setores para encontrar o produto que seria nosso carro-chefe. Identificamos na segurança do trabalho uma oportunidade para levar tecnologia, pois era um setor pouco explorado neste sentido.”Desde então, nossa missão ficou clara: criar soluções acessíveis, inteligentes e realmente úteis para quem vive a Segurança do Trabalho no dia a dia. Hoje, temos orgulho de apoiar milhares de engenheiros e técnicos em todo o Brasil, oferecendo ferramentas que facilitam inspeções, análises, relatórios e a conformidade com as normas regulamentadoras. E ainda estamos só começando. O impacto real desses profissionais Além de evitar acidentes e preservar a integridade física, os profissionais de SST têm atuado, cada vez mais, na construção de ambientes que valorizam o ser humano por completo. Isso inclui:Cuidados com ergonomia, prevenção de riscos psicossociais, processos mais claros e eficientes, uso crescente de dados, IA e automação e Ambientes mais saudáveis e produtivos. São profissionais que unem técnica, sensibilidade e responsabilidade social.No dia 27/11, celebramos aqueles que protegem vidas, promovem a cultura de segurança, transformam riscos em conhecimento, asseguram que cada colaborador retorne para casa em segurança e fazem da prevenção um verdadeiro legado dentro das organizações.E celebramos também nossa parceria com esses profissionais. Como reforça nosso CEO:“Ajudamos milhares de profissionais e estamos apenas no começo. Tenham certeza de que podem esperar ainda muito mais da GAUTICA juntos levaremos inovação para todo o Brasil e, mais à frente, para o mundo.” Parabéns aos Engenheiros e Técnicos em Segurança do Trabalho!A GAUTICA reconhece e valoriza profundamente sua dedicação.Obrigado por serem os guardiões da segurança no trabalho e por caminharem conosco na construção de um futuro mais seguro, eficiente e humano.Simplifique sua rotina em SST! Experimente nossas ferramentas e descubra como a tecnologia pode ampliar o impacto do seu trabalho.Clique aqui e saiba mais!
Gabriel Ferreira - Há 3 semanas